“A Abruem é quase como um filho para mim”, destaca o secretário executivo da Associação, professor Carlos Roberto Ferreira
Com quase duas décadas à frente da Secretaria Executiva da Abruem, o professor aposentado da Universidade Estadual de Ponta Grossa já trabalhou em dez diferentes gestões da Associação
Histórias, lugares, desafios, gestões, universidades, países, educação, missão, fórum. Todas essas palavras compõem a melodia que constrói a trajetória de um professor de Educação Física que resolveu se aventurar na busca pela solidificação de uma Associação que representa tantas instituições Brasil afora. Carlos Roberto Ferreira, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), construiu boa parte de sua própria história dividindo suas atividades em sala de aula com a Secretaria Executiva da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem).
O professor, hoje aposentado das salas de aulas tanto do ensino superior quanto dos ensinos médio e fundamental, representa também a história da Abruem, uma Associação construída pela luta de tantos reitores, que, antes de tudo, são também professores e semeadores de conhecimento em um País de tantas desigualdades. Nada mais justo que, neste Dia dos Professores, 15 de outubro, a história da Abruem seja contada pela voz de seu professor mais antigo e dedicado.
Nesta entrevista em comemoração aos 30 anos da Abruem, Carlos Roberto Ferreira, fala um pouco de sua atuação na Associação e de como têm sido as conquistas e mudanças enfrentadas pela Abruem.
Desde quando o senhor está na Secretaria Executiva da Abruem?
Comecei na Secretaria Executiva em 2001, na gestão do reitor Roberto Frederico Merhy (UEPG). Na sequência, após três meses da gestão do reitor José Walter (UERN), me desliguei, retornando na gestão seguinte na qual estava à frente da Associação o reitor José Antônio dos Reis (UEMG). A próxima gestão foi compartilhada: o presidente no primeiro ano foi José Onofre (UEFS) e no segundo ano o reitor Arantes da UEG. Não tive participação nesta gestão, mas, após dois anos, voltei à Abruem, estando até a presente data. Quero destacar as gestões - e seus presidentes - das quais tive o prazer e o privilégio de estar presente: Roberto Merhy (UEPG), José Antônio dos Reis (UEMG), João Carlos Gomes (UEPG), Antônio Joaquim B. Silva (UESC), Carlos Calado (UPE), Adélia Pinheiro (UESC), Aldo Bona (UNICENTRO), Haroldo Reimer (UEG), Antônio Rangel Jr (UEPB) e Rodrigo Zanin (Unemat).
O senhor entrou na Abruem por algum motivo específico?
Eu conhecia e trabalhava com o reitor Merhy e, muito provavelmente pelo meu perfil e identificação que tinha com o reitor na época, fui convidado para assumir a Secretaria Executiva da Abruem.
O que a Abruem representa para o senhor?
A Abruem é quase como um filho para mim, eu a vi crescer. Em 2001 não tinha sede física em Brasília, não tinha uma organização e estrutura para atender suas filiadas, ficando somente o contato resumido aos Fóruns que eram realizados a cada ano. Com o passar do tempo, foi estruturada uma sede, com a cessão do espaço pelo Crub. Compramos todo o mobiliário e equipamentos, contratamos um contador, uma secretária e um web designer para que a Abruem pudesse se tornar uma entidade organizada e atuante, dando atendimento e respostas aos seus filiados e representando o segmento do ensino superior público estadual e municipal do país. Mais tarde, já se justificava e era necessária a contratação de um estagiário em jornalismo para divulgar as várias ações da Abruem. Alguns anos depois adquirimos a sede própria da Associação, em Brasília.
Ao longo dos seus anos na Associação, o que o senhor percebe que mudou tanto na Abruem quanto nas formas de lidar com os desafios postos frente à Associação e também à Educação Superior?
O ensino superior é carente em nosso País, sempre tendo que lidar com governantes que muitas vezes não entendem ou não atendem às necessidades das suas IES. Mas a persistência dos gestores das IES é intensa e existem avanços que podem ser comemorados. A Abruem é uma Associação que no plano municipal, estadual e nacional representa esses interesses, para contribuir com as conquistas de suas instituições afiliadas.
Conte-nos um pouco de sua história na Abruem.
A Abruem tornou-se uma digna representante do ensino estadual e municipal público no Brasil, hoje vemos com orgulho a sua participação nas principais discussões que envolvem o ensino superior brasileiro. Um fato muito marcante foi eu ter participado da solenidade de entrega da medalha de Santos Dumont que a Abruem recebeu na cidade de Santos Dumont. As viagens internacionais sempre são marcantes, os diferentes costumes de cada país visitado são aprendizados importantes. Sentimos e vimos, por exemplo, na Coréia do Sul, o quanto o professor e o ensino são valorizados, uma coisa marcante e extraordinária. Os Fóruns da Abruem são eventos importantes e que deixam suas marcas positivas também. Tem sido prazeroso atuar na Abruem.
Gostaria, inclusive, de aproveitar a oportunidade para agradecer a participação, dedicação e empenho de todos, de ontem e hoje, que estiveram na equipe administrativa da Abruem, destacando a Denize, que, sem sombra de dúvidas, é peça fundamental em toda essa caminhada de construção da Associação.
Profissionalmente, o que a Associação acrescentou na vida do senhor?
Me deu muita experiência e contribuiu para o meu crescimento profissional e pessoal. É sempre importante conhecer pessoas. O segmento das IES e do conhecimento sempre vão acrescentar em nossas vidas coisas marcantes e positivas.
Para o senhor, qual a importância da Abruem no cenário nacional?
Alguns números que foram destacados em nosso último Informativo são prova dessa importância: temos mais de 700 mil alunos de graduação, de 43 mil professores e 65 mil servidores. São os hospitais universitários ajudando a melhorar a saúde e dando a qualificação profissional necessária aos nossos estudantes, é a pós graduação e a pesquisa realizadas nessas IES. Só por isso já se justificaria a importância das universidades públicas estaduais e municipais, que têm como objetivo também a qualidade deste ensino. No entanto, ainda temos a capilaridade e a interiorização, que são as maiores marcas deste ensino, fazendo-se chegar nas mais remotas regiões do nosso Brasil.
De quantas missões internacionais o senhor já participou?
De todas desde 2009. Também ajudei a montar a viagem da comitiva à China em 2005, mas não integrei a comitiva.
A Abruem já visitou a China em 2006, depois o Chile em 2007, teve uma paralisação e a retomada foi 2009 com a viagem à Itália. Em 2010 tivemos duas visitas: sendo Cuba e Espanha e, na sequência, fomos a Portugal em 2011. Em 2012 foi uma viagem com a visita a dois países: Bélgica e Alemanha. Em 2013 foi a Coréia do Sul, 2014 a França, 2015 o Canadá, 2016 o Reino Unido, 2017 a Austrália, 2018 a Hungria, 2019 o Chile e em 2020 e 2021 não tivemos viagens programadas em virtude da pandemia de Covid-19. Temos programado para 2022 a viagem ao México, que já demos início às tratativas.
Foram muitas experiências, contatos, convênios e ensinamentos que essas viagens internacionais proporcionaram aos reitores (as) e representantes das IES filiadas à Abruem e também à mim que pude integrá-las.
Assessoria de Comunicação Social da Abruem