“Nós, juntos, podemos fazer muitas coisas. Nós, juntos, podemos chegar a muitos lugares. Nós, juntos, podemos modificar uma nação”, destaca presidente da Abruem
Neste último informativo especial em comemoração aos 30 anos da Associação, o presidente Rodrigo Zanin destaca a importância da Abruem no cenário nacional e os principais desafios enfrentados
Nesta semana a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) completou 30 anos de história. Neste tempo, muitos reitores deixaram o seu legado, a sua marca na educação superior estadual e municipal brasileira por meio das atividades da Associação. Ao todo, 18 reitores e ex-reitores de instituições de ensino superior brasileiras já presidiram a Abruem, sucedendo três reitores que foram presidentes dos Fóruns de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais Brasileiras.
Natural de Presidente Prudente, em São Paulo, o atual presidente e reitor da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat), professor Rodrigo Bruno Zanin, também construiu sua carreira acadêmica por meio de uma universidade estadual, a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele se graduou em Matemática e fez mestrado e doutorado em Ciências Cartográficas na Área de Computação de Imagens na Unesp.
Nesta entrevista, Rodrigo Zanin destaca quais são os principais desafios de sua atual gestão na Associação e a importância da Abruem no cenário nacional. O reitor também deixa uma mensagem aos discentes e docentes das instituições filiadas à Abruem.
Na opinião do senhor, qual a importância da Abruem no cenário nacional?
A Abruem tem uma importância do tamanho de sua representatividade. O que quero dizer com isso: quando você tem uma Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais - que congrega 47 universidades, que tem 40% das matrículas de educação superior do País, que está presente em praticamente todo o território nacional -, a gente não pode desprezar o poder de mobilização, a capacidade de capilaridade que essa Associação tem com as suas unidades, com seus campi, com o seu potencial, principalmente, regional.
De que forma a Associação contribui com o trabalho dos reitores?
A Associação é a materialização da união que os reitores estão tendo e que sempre precisaram ter para poderem trabalhar juntos. Como nós temos uma situação bastante diversa, já que cada universidade tem um formato de financiamento, que cada universidade tem um plano de carreira, tem uma característica e um formato de se relacionar com o seu órgão principal - que são os estados -, precisamos da Associação. É ela que nos coloca frente a frente e em conjunto com a agentes nacionais. Por meio da Abruem nós conseguimos conversar com os órgãos de controle, como por exemplo o Conselho Nacional de Educação, conseguimos conversar com os financiadores, como a Finep, com aqueles que garantem a pós-graduação do País, como a Capes. Então ela é de uma contribuição imprescindível para a nossa atuação como reitor.
Quais os principais projetos atuais e futuros da Abruem no sentido de fortalecer a Educação Superior?*
Penso que o principal projeto é a união dos reitores. Atualmente, temos algumas ações que estão sendo construídas do ponto de vista de política nacional: a primeira delas é a defesa das universidades públicas brasileiras, em especial, no nosso caso, as universidades estaduais e municipais. Acredito que o principal projeto de fortalecimento é dar visibilidade e mostrar, principalmente aos entes políticos, a importância que tem a representação da Abruem, ou seja, qual a envergadura que instituições de ensino superior estaduais e municipais têm para o País. Então é fundamental que a gente dê essa visibilidade, que mostremos isso principalmente para Câmara Legislativa e para os órgãos de controle e financiamento. Uma das ações que estamos trabalhando agora e que será fundamental é a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Estaduais e Municipais.
Quais os principais desafios de sua gestão à frente da Abruem?
O principal desafio da nossa gestão tem sido conviver com esse momento de pandemia, de reinvenção. Do mesmo jeito que as universidades tiveram que se reinventar nos últimos dois anos, a Abruem também precisou se reinventar. Tivemos que pensar em um formato de Fórum que não fosse presencial, tivemos que pensar em nossas reuniões remotas, tivemos que repensar a formação e a formatação das nossas Câmaras Técnicas.
O mundo tem vivido uma nova realidade desde o início de 2020. A pandemia de covid-19 alterou significativamente as rotinas e processos ao redor do planeta, incluindo a forma de se fazer educação. Como as Universidade Estaduais e Municipais venceram esses desafios e como estão se preparando para os desafios pós-pandemia?
Não só a Abruem, mas a Associação é a síntese do movimento e das mudanças que as universidades estaduais e municipais tiveram que passar ao longo desse período. Todos nós tivemos que repensar como continuar fazendo educação superior, como continuar fazendo pesquisa, como continuar fazendo extensão, como continuar fazendo gestão. Penso que esse aprendizado e esses desafios vencidos, essa reinvenção que fizemos da educação superior vão deixar um legado. Volto a dizer que a pandemia não criou nada, a pandemia só acelerou processos. Já que ela acelerou estes processos, ela fez com que chegássemos em um momento que talvez fôssemos chegar apenas em 10, 15 anos. E, agora, o desafio e a necessidade é a de se pensar em qual é o formato de educação que teremos e queremos no pós-pandemia. Só tenho certeza de uma coisa: não teremos mais a mesma educação superior que tínhamos no pré-pandemia, tudo o que fizemos neste período vai deixar o seu legado.
A Abruem está representada em 22 estados do País, somando 47 universidades afiliadas atualmente. Neste mês de aniversário da Associação, que mensagem o senhor quer deixar para cada um dos cerca de 700 mil alunos de graduação e mais de 110 mil de pós-graduação que a Associação representa por meio de seus reitores?
A mensagem que eu gostaria de deixar nestes 30 anos de Abruem, nessa comemoração, é que nós, juntos, podemos fazer muitas coisas, nós, juntos, podemos chegar a muitos lugares, nós, juntos, podemos modificar uma nação. E é isso que a Abruem representa: o coletivo. É, juntos, mostrarmos a importância da educação superior pública brasileira, em especial da educação superior que está sendo ofertada pelas instituições de ensino superior estaduais e municipais que complementam ou que são complementares àquela educação pública superior ofertada pelas universidades federais e pelos institutos federais do País.
Juntos, temos uma parcela significativa de educação superior brasileira que é pública, que na maioria das vezes é gratuita e que precisa continuar sendo pública e gratuita. Só por meio dessa gratuidade, dessa oferta pública é que nós vamos conseguir continuar modificando a história desse País, a história da educação desse País e permitindo com que jovens de todos os estados possam ter uma formação superior para que modifiquem as suas histórias, as suas realidades, as suas vidas. Então fica aqui mensagem, fica aqui os meus parabéns para a Abruem, fica aqui a honra de poder representar essa Associação nesse biênio 2020/2022.
Assessoria de Comunicação Social da Abruem